Desde que resolvi fazer o blog acho que nunca tinha tido nenhum tipo de tema que eu tivesse receio em falar, mas acho que da mesma forma que eu não tinha acesso a esse tipo de informação, também podem ter muitas pessoas por aí com o mesmo problema que eu e que não sabem que tem jeito.
Mas que problema é esse? Bom, eu desde uns 8 anos usei aparelho móvel na esperança de resolver uma mordida cruzada que veio se mostrando no meu rosto a partir desta idade, fiquei nessa até uns 15 anos sem saber que o tratamento estava sendo em "vão". O consultório onde eu me tratava fechou e fiquei sem usar aparelho por uns anos,após esse tempo fomos buscar um novo local para dar seguimento ao tratamento, mas para nossa surpresa o Ortodontista falou que de nada adiantaria usar aparelho móvel, e menos ainda usar só o fixo, meu caso só teria solução através de uma intervenção cirúrgica ( a tal Ortognática ), e o tratamento basicamente consistia em usar o aparelho para aos poucos ir acentuando o meu problema, e quando estivesse no ápice eu operaria. Agora imaginem uma adolescente que já morria de vergonha do seu "problema" saber que teria que ficar muito pior para ser resolvido? Eu não queria de jeito nenhum! Meus pais me levaram a vários Cirurgiões Buco Maxilo e todos eles insistiam que eu teria que operar. Não teve jeito, procuramos uma Universidade aqui no Rio de Janeiro e após vários tentativas iniciei meu tratamento.
Quando cheguei no fundão descobri que eu era uma paciente com Classe III esquelética e assimetria facial ( "
O primeiro molar inferior encontra-se "à frente"(mesial) do primeiro molar superior, o que deixa a mandíbula "à frente" da maxila. Quando o posicionamento é só dental, não interferindo no perfil, temos uma Classe III dentária.
Quando a alteração é grande, trazendo características especiais ao perfil, dando a aparência ao paciente de "queixudo", estamos então diante de uma Classe III esquelética. A classe III esquelética geralmente é devida a um fator genético. As medidas na telerradiografia estão alteradas, mandíbula com tamanho maior que deveria estar. " )
Usei o aparelho por aproximadamente dois anos e meio até ser liberada para a cirurgia. Posso dizer que essa foi uma das piores épocas que passei, me sentia horrível, me olhava no espelho e sentia tonteira por ver como meu queixo estava torto ( ele não era assim antes ), mas ao mesmo tempo sabia que ia melhorar, e tinha certeza que a cirurgia seria um sucesso.
Só para esclarecer uma coisa, a Cirurgia Ortognática é considerada estética? Até é, porque as mudanças são enormes, mas a maior preocupação é funcional, um paciente com esse problema sente muitas dores na mandíbula, no ouvido e dores de cabeça, então não pensem que é o mesmo tipo de cirurgia que se faz quando não se está satisfeito com o tamanho dos seus seios, não é assim!
Fiz a cirurgia em pleno carnaval (rs) e foi tudo um sucesso, mas posso dizer que o pós operatório é muito complicado. Senti muitas dores por estar com a boca toda amarrada, só podia comer com seringa, e não podia falar. Passei noites em claro chorando com minha mãe, quase me arrependi, mas graças a Deus tinha ela, meu pai, meu namorado que acompanhou tudo e não me largou por estar tão horrenda rs e várias pessoas me dando apoio.
Após 6 anos e alguns meses de aparelho enfim retirei meu aparelho e estou super contente com o resultado. Espero que com esse post eu possa ajudar alguém que também passe por isso, pois foi muito difícil colocar a vaidade de lado e divulgar essas fotos que vocês verão abaixo:
O que acharam do resultado? Ah, esqueci de dizer algo importante, eu fiquei com um pouco de parestesia nos lábios e queixo e tenho 3 pinos em cada lado do rosto, mas sinceramente? Nem ligo!
Atualmente ;)
